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O ano zero do PEDRA DURA – Festival de Dança do Algarve surge como uma falha geológica na cidade de Lagos que fará abanar o terreno da criação artística.
De 10 a 13 de novembro, a cidade acolhe uma programação diversificada, onde gerações de artistas têm encontro marcado para quatro dias de imersão no universo da dança contemporânea.

A cultura tem sido um lugar de escavação na região algarvia. Nos últimos anos, tem-se desenterrado o potencial da região como espaço de cultura. Das tradições à criação contemporânea, encontramo-nos perante uma geografia dotada de matéria-prima criativa. Chamemos-lhe, PEDRA.

No entanto, diversos fatores contribuem para que um Algarve cultural e criativo se mantenha como uma miragem. Esquecemo-nos que dentro de pedras existem diamantes. PEDRA DURA apresenta-se, agora, como um símbolo de mudança e de possibilidade.

Paremos então um momento. Entremos num outro ritmo com as propostas deste festival:

Marco Martins traz-nos um retrato do Ballet Gulbenkian em formato cinematográfico. Ana Borralho & João Galante impelem-nos a estarmos juntos, em "Estrelas Cadentes" (Metal e Melancolia). Através de uma oficina-espetáculo, Madalena Victorino, Beatriz Marques Dias e Ana Raquel trazem-nos o poder da imaginação para as salas de aula. A
construção de um identidade surge em "Atlas da Boca", de Gaya de Medeiros, onde dois corpos trans acrescentam narrativas. Duarte Valadares evoca presença cada vez mais clara de um artificial inteligente, ao passo que Sofia Dias e Vítor Roriz procuram pontos de vertigem no espaço através de uma câmara direcionada ao interior.
O Centro de Ciência Viva de Lagos junta-se também a nós, através de uma palestra inovadora sobre estrelas cadentes e uma observação noturna do céu.

E porque o lugar da noite é também o lugar da dança, há que lançar o corpo contra os DJ Sets e ShowCases de Sónia Trópicos, Pashon Froot e João Pissarro.

A realidade é combativa. Será apenas uma pedra dura? Ou será como uma pedra que se lança contra o muro e se estilhaça em diamantes brutos para lapidação conjunta?


EDITORIAL
O que é que dura?

Daniel Matos

CoDireção Artística e Curadoria